A Terra não é nada mais que um amontoado de lixo e sujeira, enquanto os humanos vivem numa nave no espaço sideral. No nosso planeta há apenas um robozinho com a solitária e impossível tarefa de compilar e compactar todo o lixo do mundo, preparando assim uma possível volta dos humanos. Assim encontramos uma das produções mais surpreendentes dos últimos tempos, vinda, é claro, da Pixar, a mesma que trouxe a vida o fantástico “Ratatouille“.
A primeira surpresa é a ausência de diálogos em grande parte do filme, com a comunicação apenas através de sinais e ruídos de computador. Melhor ainda é que isso funciona com perfeição à narrativa. O roteiro parece que foi escrito para ser um filme de Stanley Kubrick de tão vasto e conflituoso (e olha que estamos falando de um filme infantil). Não é a toa que Kubrick é homenageado com um pouco da trilha de “2001: Uma Odisséia no Espaço“.
A trama também se desenrola com uma surpresa atrás da outra. Nada que não dê para acompanhar ou até para prever, mas que encanta a platéia desde o primeiro minuto. A sacada sobre o que aconteceu com os humanos é magistral.
E o que dizer da arte da Pixar em fazer personagens robóticos mais carismáticos do que muito ator de carne e osso por aí? Os olhos de Wall-E e, porque não dizer da robozinha EVA chegam a impressionar pela sua simplicidade ao mesmo tempo em que expressam sentimentos com exatidão. E os detalhes mais uma vez são o forte da Pixar, desde os objetos encontrados por Wall-E, até os detalhes de cada robô da nave mãe.
Assim, a Pixar prova que arte não é uma questão de fórmula, mas uma questão de competência e, porque não dizer, amor. E amor é o que esses robôs tem de sobra.
[rating:5]
Ficha Técnica
Elenco (vozes):
Ben Burtt
Elissa Knight
Jeff Garlin
Fred Willard
John Ratzenberger
Kathy Najimy
Sigourney Weaver
Direção:
Andrew Stanton
Produção:
Jim Morris
Trilha Sonora:
Thomas Newman