O grande trunfo da Marvel tanto na linha de “Os Vingadores” quanto na linha dos “X-Men” foi ir conectando as pontas das histórias de forma a parecer uma grande saga, independente da qualidade do filme ou da quantidade de vínculos entre eles. E olha que dos X-Men, esse pode ser considerado o filme mais intimista da série.
A primeira pergunta que pode passar pela cabeça de alguém quando se vê o mote da história – antigo conhecido oferece a possibilidade de Wolverine ser “normal” acabando com seu fator de cura e ter uma morte natural – é não entender qual o sentido disso, visto que em “X-Men: O Confronto Final”, cronologicamente antes deste, já havia sido inventada uma vacina que em tese acabaria com a mutação, no caso de Wolverine, o fator de cura. O que ocorre é que como o esqueleto do Wolverine é de adamantium, a única coisa que o faz viver a isso é o seu fator de cura. Portanto, em tese, se ele simplesmente tomasse a tal vacina, ele morreria na hora, pois seu organismo não ia suportar o material dentro de seu corpo. Portanto o que seu antigo conhecido, o japonês salvo por ele na 2ª Guerra Mundial, seria então um processo diferente mostrado naquele último filme da trilogia do X-Men.
Voltando ao texto, mesmo com a negativa, algo acontece que nosso herói começa a perder seu poder, ao mesmo tempo em que deve enfrentar uma conspiração vinda da Yakuza e da própria família e salvar a neta de seu amigo, Mariko (a top model japonesa e beldade linda Tao Okamoto).
Como já havia citado, o grande tema deste capítulo, mais do que a conspiração em si é o tormento de Logan (Hugh Jackman saído de “Os Miseráveis”) pela morte de Jean Grey (Famke Janssen de “Busca Implacável 2”), o que pode tornar a narrativa sem aquela ação toda que provavelmente alguns faz esperavam. E não é pra menos, pois o diretor James Mangold de “Encontro Explosivo” exagera nos sonhos com Jean Grey e determinados temas existenciais do herói que se repetem à exaustão, como que pra garantir a duração de pouco mais de duas horas.
Apesar de poucas, as cenas de ação são sim bem elaboradas e chama atenção pelo fato de que praticamente todos os oponentes são humanos e apenas aparecem pouquíssimos (mas importantes) mutantes.
Enfim chegamos à cena depois dos créditos que é praticamente a prequel para o novo filme dos X-Men a ser lançado no ano que vem. A frase que deve sair da boca de todo mundo é que só essa cena valeu as duas horas de projeção. E tenho que convir que a frase não vem a toa, dada a importância dos personagens que aparecem em cena e o impacto que ela causa.
“Wolverine – Imortal” pode ser o exemplar da série com menos referências a outros personagens (coisa que os fãs adoram), mas nem por isso deve ser menosprezado. Crucial para quem acompanha a saga Marvel.
Ficha Técnica
Elenco:
Hugh Jackman
Tao Okamoto
Rila Fukushima
Hiroyuki Sanada
Svetlana Khodchenkova
Brian Tee
Hal Yamanouchi
Will Yun Lee
Ken Yamamura
Famke Janssen
Direção:
James Mangold
Produção:
Hutch Parker
Lauren Shuler Donner
Fotografia:
Ross Emery
Trilha Sonora:
Marco Beltrami