Entrevista com Daniel Filho, diretor de Tempos de Paz!!!

Só pra dar o gostinho:

Tempos de Paz é o novo filme do diretor DANIEL FILHO e conta com a presença dos grandes atores TONY RAMOS e DAN STULBACH em uma magistral história.

Segundo a critica especializada o filme Tempos de Paz é uma das promessas de sucesso do cinema nacional nesse segundo semestre de 2009. Bem, o Cinecríticas não faz parte dessa crítica especializada, pois ainda não viu o filme. Mas espera vê-lo em breve!

O canal pra ver o trailer é Aqui

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Agora fiquem com a entrevista com Daniel Filho!

O começo
“Vi os dois atores no teatro, aquilo me emocionou profundamente e vi que ali havia uma mágica que merecia ser filmada. Achei que aquilo não podia ficar sem um registro, é tão raro acontecer isso no palco. Então falei com Tony se dava para fazer um filme de “fundo de quintal”. Houve 20 dias de ensaio. Quando fomos filmar, tudo já estava pronto. Minha contribuição foi olhar aquilo como os espectadores: com emoção. Antes de começar os ensaios, mandei o DVD da peça para eles e disse: ‘vocês estão com um problema’. Eles viram que precisavam achar um outro tom para aquilo que já estavam fazendo há dois anos. O que pode ter parecido fácil, não foi, já que eles tinham que reencontrar os personagens e com mais gamas do que tinham na peça. No filme, você nota melhor as diversas ‘peles’ que os personagens têm. O Nelson Xavier, ao ver o filme, disse: ‘curioso, achei que a peça era “como fazer um torturador chorar”.’ E o filme não é só isso.”

Título
“Por que tirar Novas Diretrizes do título? Quando falo “Tempos de Paz” sozinho, falo de uma utopia, de uma esperança. É mais emocional, menos cerebral. Tempos de paz é umtempo que todos esperam. Seria hoje uma frase de John Lennon. A história é de guerra e as guerras continuam existindo. É o encontro de uma guerra mundial, grande, com uma guerra interna de um país, forte, ditatorial. Junto com isso vêm pessoas que são:os gerenciadores de uma guerra local e as pessoas que são vítimas, inocentes.”

Tony e Dan
“O Tony, além de ser um excelente ator, é excelente companheiro, dedicado, agradável de trabalhar, competentíssimo, um astral que levanta o set por pior que as pessoas estejam. Coincidentemente fizemos um filme que foi um enorme sucesso, que nos levou a fazer um segundo. Eu me apaixonei por uma história que, sem ele, não existiria. Ele játrabalhou comigo em diversos momentos. Sua primeira novela na Globo, ‘Espelho Mágico’, foi dirigida por mim. Depois eu o dirigi em ‘O Astro’. Tony é uma pessoa muito importante e presente na minha vida. Com o Dan, é o contrário, zero de relação. O vino teatro, achei ele tímido, reservado, o elogiei. Foi quando o conheci. Vi na peça e ele parecia mesmo que falava polonês. Diria que era de difícil intimidade ao chegar perto dele. Tony disse: ele é um bom companheiro, um ator fantástico, mas muito reservado.Pensei: como será o Dan e a relação nesse filme? A convivência de um mês teve fatos importantes, como ele ia fechar uma minissérie, com emprego para quatro meses, mas ele estava compromissado com o filme? Ele disse: olha não sou contratado da TVGlobo, ter uma opção de cinco meses de trabalho é tentador. Mudamos a data, mas ele estava realmente preparado para abrir mão. Acaba o filme com o Dan um artista muito emocionado e um homem muito consciente de seu trabalho, da sua posição, muito parecido com o Tony na sua relação com o estrelato. Os dois têm uma enorme capacidade técnica aliada à emoção. Muito bem equilibrados e parecidos apesar dadiferença de idade.”

Atuar
“Sou ator há 57 anos. Mas nesse filme eu precisava de alguém com meu tipo físico e que entrasse em todas as locações. E eu era o mais barato. É verdade. Sou o personagemque entra em mais locações no filme. O melhor cara com meu tipo físico que eu conheço sou eu mesmo (risos).”

Estilo
“Não filmo nunca o mesmo filme. Fiquei com a pecha de um camarada popular, no sentido pejorativo. Outro dia vi uma matéria do Ron Howard, sendo citado como ‘O Daniel Filho dos Estados Unidos’. Eu não sei o que ‘Primo Basílio’ tem de popular, é um filme em que morre todo mundo, não tenho culpa se deu público. O ‘Muito gelo e Dois Dedos D’água’ também não é um filme popular. Na verdade, eu mudo de gênero. ‘Tempos’ é o filme que eu gostaria de ver, como todos os meus anteriores. Se são bons ou maus eu não sei.”

Formato
“É um filme que reflete a realidade brasileira. É um ensaio que eu tinha que fazer. Além disso, pelo preço dele, é possível fazer filmes diretamente para televisão, que podem ser filmes maravilhosos, como ‘A Rainha’, por exemplo. Vários motivos me levam a este filme.”

Temáticas
“O principal tema do filme é a arte. Qual o poder que a arte tem, para que serve a arte.Tem outra discussão que é o fechamento das fronteiras no mundo. Os japoneses estão pagando as pessoas para ir embora, a Europa com todas suas fronteiras fechadas, expulsando gente. Isso se chama intolerância e o filme fala sobre fronteiras fechadas, coisa mais do que atual.”

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