Entrevista com Tony Ramos de Tempos de Paz e a nova promoção!!!

Bem, a promoção é do Núcleo da Idéia Comunicação sobre o filme Tempos de Paz, e o Cinecríticas, sempre amante das artes, amigo de fé e irmão camarada, tá dando essa força.

A gente dá a força e a promoção dá ingressos para a pré-estréia no RJ e SP!

E é fácil, vai! É só deixar um comentário na página do YouTube com o trailer aqui e esperar, pois no dia dia 29 de julho, sai o resultado e você pode ser aquele feliz ganhador!

Agora pra vocês se deliciarem, tem a entrevista exclusiva com um dos maiores atores nacionais.

Ele: Tony Ramos!

Especial
“O que me fascina nesta profissão é a possibilidade de, a cada trabalho, poder brincar com as ideias e com os temas. Brincar é saber como encontrar a alma de cada personagem. ‘Tempo de Paz’ é mais especial para mim por ter feito a peça de teatro. É raro que atores que fazem um trabalho no teatro consigam voltar a ele no cinema. Foi um presente. Registramos a peça em DVD, mas Daniel evoluiu com a ideia. Esse título mais seco insere várias ideias. Surgiram personagens novos. Dan, esse grande ator, que tinha comigo uma parceria absoluta no teatro, mergulhou também nessa ideia.”

Personagem
“As ações do Segismundo são absolutamente condenáveis, horrorosas, odiáveis, qualquer adjetivo que você queira achar de ruim. A primeira leitura para mim foi um impacto muito grande, pelo tributo às artes que é o texto. Pensei: ‘meu Deus, falar essas coisas?!’ Mas aí disse para o autor: ‘adorei esse personagem’. Ele é quase um autômato, um órfão criado num orfanato luterano, de disciplina rígida, nasceu no final do século XIX. Quando o filme começa o personagem está na metade do século XX, avançando nos seus 50 anos. Foi criado dentro de um ambiente de afeto com carinho, junto com a irmã, mas no orfanato. Sua vida de infância nunca foi bem resolvida, sempre foi comandado. Um “padrinho” o tira daquela vida de não ter o que fazer e lhe dá um primeiro emprego: ser um homem que trabalhasse nas estruturas da espionagem, nas sombras, por trás das masmorras, num ambiente sórdido. Mas ele trabalha acreditando naquilo de uma forma tão absoluta e clara que ele é um patriota que eu sempre que lia e dizia: barbaridade. Quando tudo se revela ao final, que é surpreendente, você começa a entender aquele homem, não aceitável e muito menos perdoável, mas você diz, que horror. Segismundo é fruto do meio que vem depois do orfanato. A partir do momento em que ele é jogado nessa vida é que se explica o personagem.”

Arte
“A arte tem o poder de retratar a natureza e aquilo que a cerca. E isso serve para o teatro, a televisão, o cinema, uma exposição de arte. A arte tem esse poder. Talvez não
seja um agente transformador revolucionário. Mas pode ser um agente transformador para a reflexão dos que nos assistem. Por isso é que o teatro tem mais de cinco mil anos. A arte pode provocar a grande catarse. Quando vejo Salvador Dali, por exemplo, eu paro, eu me emociono. Velásquez também. Lendo um bom livro, pode se ter essa emoção. No teatro a magia é de ver ali, que, como no cinema, você conta uma história. Este agente transformador que a arte propõe e que se vê na personagem do Dan oferece uma interpretação para ver se aquele homem duro, taciturno, vai se emocionar.”

Daniel
“Respeito, afeto, entendimento e compreensão do que ele quer. Agora, é difícil fazer de novo com o Daniel. Ele é o rei do primeiro take, da primeira tomada. Ele ensaia muito para que quando aconteça a ação ele possa gritar: ‘valeu’. Os técnicos envolvidos são sempre artistas sensíveis, leem os roteiro antes, alguns até assistem aos ensaios, como o Tuca Moraes (diretor de fotografia). Isso vai criando uma turma antenada e atenta. E Daniel lidera isso com muita propriedade. Ele tem 52 anos de cinema. Às vezes é muito subestimado pelo povo do cinema porque fez muito sucesso com a televisão, mas ele revolucionou a TV. Criou os grande sucessos da Globo, seriados.”

Filme
“Quem viu a peça gostará de ver o filme. O tributo que existe na peça e também está presente no filme é às artes e o poder que ela exerce sobre o ser humano. Podem gostar ou não, mas indiferente ninguém ficará a esse filme. Por uma qualidade de refinamento do texto, no cinema ele ganhou dimensões outras que não ficam apenas na imaginação teatral, mas ganham no realismo que o cinema pode proporcionar. Filmei com uma alegria consciente de termos nas mãos um belo filme. Quando o Segismundo faz o gesto de interromper o Clausewitz, aquilo é um gesto de poder. O mais importante é que ali começa o embate curioso e final, num momento em que as emoções estão muito lá em cima e vão gerar outro tipo de confronto. A cada bloco de cenas, acontecem surpresas até para nós.”

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