Resultado da promoção “Quem você levaria para o Divã?”

Quem ganhou foi, o Vinícius, o qual dentre os comentários foi o mais criativo!

Vinícius,

Mande um e-mail para [email protected] com seu nome completo e endereço para o envio dos ingressos.

Parabéns!!!

E pra completar, vamos dar mais um presente a todos: a entrevista exclusiva do diretor José Alvarenga Jr!

Como surgiu o interesse pelo Divã?
Eu apenas tinha ouvido falar do livro quando fui ver a peça – e ali eu percebi que tinha um filme. Ela falava de histórias pessoais, de mudanças e de situações corriqueiras da vida de alguém que foi casado por muito tempo. No fim da peça, eu fui cumprimentar a Lília e falei no ouvido dela: “Vamos fazer o filme do Divã!” Ela ficou surpresa, riu e seis meses depois me ligou dizendo que tinha conseguido a autorização da Martha Medeiros. A partir daí é que a gente começou a tentar entender onde estava o filme. Fui ler o livro e vi que a peça tinha um formato totalmente diferente – eles tiveram que procurar soluções para narrar aquela história. No fim das contas, o filme é fiel ao livro e também à peça. Mas, ao mesmo tempo, criamos um universo particular.

Como foi feito o tratamento de roteiro para descobrir o que havia de cinematográfico no Divã?
Uma vez por semana, eu o (Marcelo) Saback e a Lília nos reuníamos e íamos buscando as imagens – e a partir delas, a gente foi refazendo as situações. Na peça, por exemplo, havia um restaurante japonês, mas a gente achou que o restaurante cinematográfico era o chinês, porque tem muito mais elementos visuais que um japonês. E aí investimos nisso. Um barato do filme também é que aquele diálogo que a Mercedes tem com o analista. Isso funciona para o espectador, funciona como reflexão, funciona para levar a história para frente, para levar para trás… O filme acompanha esse movimento. E, além do mais, a gente tinha um trunfo maior que era a Lília Cabral. É muito interessante fazer um filme quando você já conhece os personagens, fica quase uma festa entre amigos.

A produção foi bem tranqüila, não?
Quando eu vi o Divã e falei que ele dava um filme é porque eu olhava aquilo e percebia que ele tinha uma maneira bacana de ser produzida. Do momento em que a autorização saiu até o filme ser feito, foi praticamente um ano e meio. Um processo muito rápido. Eu estava de férias quando me avisaram que o dinheiro tinha saído e que a gente tinha que rodar o filme em um mês. Foram seis semanas de preparação e quatro de gravação, só isso. Esse filme tinha essa vantagem artística – era um modelo possível. Alem disso, era uma história emocional, que comunica. Tenho uma amiga careta que amou a peça. E uma outra amiga que é uma hippie total dos anos 60 que também amou. O Divã pega de uma ponta a outra. Ele não fala só da alma feminina, que é complexa, mas também da necessidade de mudança de todos nós…

Qual a sua visão da Mercedes?
Ela é uma mulher incomum que tem uma rotina comum – isso foi o que interessou a todos nós nesse projeto. As pessoas se reconhecem na Mercedes. Tem os filhos, o marido, o tédio do casamento, a separação que muitas vezes não vem – por medo ou receio –, a traição que muitas vezes pode ser sem culpa… E essa mulher assumia essas coisas de uma maneira firme, o que para muitas pessoas é um tabu monstruoso. Ao mesmo tempo, ela não é uma mulher que usa tatuagem ou que fume maconha. Mas ela já passou pelos anos 60, pela liberdade sexual e se apropriou de tudo isso que mudou o mundo. É uma pessoa que vive uma vida comum, mas que é incomum. Como, no fundo, são todas as pessoas.

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