Esse terror francês começa nos oferecendo uma visão um pouquinho diferente de filmes de zumbis. Mas antes a sinopse: com aquela famosa doença de morto-vivo parecido com o de “Quarentena“, o mundo (ou pelo menos a França) foi infectado e os que sobraram lutam pra encontrar um abrigo longe de zumbis. Numa dessas, conhecemos o casal Sonia e Marco. Numa parada pra abastecer, Marco é contaminado por uma criatura e, junto com sua esposa deve passar pelo irreversível processo de se tornar o zumbi.
E esse é o foco diferenciado da narrativa: boa parte do filme é um arco dramático da metamorfose da transformação de Marco, seus vários estágios e como Sonia lida com o processo, sendo eles confinados num hospital abandonado. Ela se divide entre matá-lo e acabar logo com a doença ou tentar preservar sua vida mesmo que seu marido se resuma num corpo sem alma com sede de carne humana. E se há algo de interessante é que esse dilema é ele sempre ter sido relegado a um clichê acessório em qualquer produção do gênero, mas agora vira o foco narrativo da trama.
Apesar do início eletrizante com ótimos efeitos especiais e cheio de promessas, o ritmo a partir do segundo ato desacelera bruscamente e o drama acaba não vingando. No início do último ato, com a chegada de novos personagens “Mutações” vira mais um mero exemplar do gênero com os mesmos lugares comuns. No balanço geral, não passa de um filme sonolento que perdeu a chance de mostrar um cinema europeu mais ágil, como tantos que já passaram por aqui.
[rating:2]
Ficha Técnica
Elenco:
Hélène de Fougerolles
Francis Renaud
Dida Diafat
Marie-Sohna Conde
Nicolas Briançon
Luz Mandon
Direção:
David Morlet
Produção:
Alain Benguigui
Thomas Verhaeghe
Fotografia:
Nicolas Massart