https://www.youtube.com/watch?v=u5n28W3w9FY
Produzido pela Netflix, o filme trata de um tema bastante sensível e pouco explorado com a devida profundidade: transtornos alimentares como anorexia, bulimia e a jornada dessas pessoas para a melhora ou para chegar no fundo do poço. Com uma dieta rigorosa e maquiagem pesada, Lily Collins (“Okja”) interpreta Ellen, garota cuja existência em família rapidamente denota os motivos de seus transtornos e que se aproxima cada vez mais de um fiapo de gente até ser enviada para a clínica do Dr. Beckham (Keanu Reeves com cara de um John Wick bonzinho), onde ela vai tentar se autodescobrir.
Esse é aquele tipo de produção que a gente precisa saber separar tema de execução. O tema é tratado com o carinho que merece: provavelmente através de um estudo detalhado, verificamos que as personagens não são nem mocinhas, nem vilãs e suas síncopes nem sempre são justificáveis ou tem algum sentido. Simplesmente são e, por isso, o tratamento é tão diverso quanto personalizado com resultados que variam num vasto espectro.
Dito isso, o que sem dúvida engrandece a obra, quando falamos do filme em si, ele obedece a uma estrutura bem engessada que passa pelos óbvios passos a) conflito ou problema b) possível solução c) recaída d) redenção. O expectador atento consegue prever a mudança de cada uma das fases com precisão britânica.
Ao contrário do que diz o aviso no início do filme sobre algumas cenas chocantes, não pude discernir algo que chegue perto de mexer com o público, além da capacidade próprio drama que, mesmo eficaz, foi pouco ousado. O elenco está direitinho, Collins vai no automático – mas seu corpo impressiona – e Keanu Reeves parece um biscoito da sorte: entra fala algumas palavras de pseudo sabedoria e sai de cena.
O último ato deve dividir opiniões, pois tem o grau certo de emoção e deve tocar algumas pessoas, entretanto carece de um pouco mais de explicação, pois ele funciona muito mais como uma súbita epifania do que uma construção de personagem para se chegar a um desfecho consistente.
“O Mínimo Para Viver” traz o tema certo na hora certa, tem afinidade com seu público alvo, mesmo que estruturalmente não apresente nada de novo.
Curiosidade: Tanto a diretora Marti Noxon quanto a atriz Lily Collins já sofreram transtornos alimentares.
Ficha Técnica
Elenco:
Lily Collins
Keanu Reeves
Liana Liberato
Lili Taylor
Alex Sharp
Dana L. Wilson
Ziah Colon
Joanna Sanchez
Carrie Preston
Rebekah Kennedy
Don O. Knowlton
Valerie Palincar
Hana Hayes
Kathryn Prescott
Lindsey McDowell
Retta
Maya Eshet
Karen Zahler
Alanna Ubach
Leslie Bibb
Ciara Bravo
Brooke Smith
Leann Lei
Ani Sava
Ronnie Clark
Direção:
Marti Noxon
Produção:
Monika Bacardi
Bonnie Curtis
Nikki Taylor Fisher
Andrea Iervolino
Julie Lynn
Karina Miller
Fotografia:
Richard Wong
Trilha Sonora:
Fil Eisler
