Milésima tentativa frustrada de se fazer um filme de terror no estilo found footage (filmagem “achada” como se fosse caso real) em primeira pessoa ainda querendo emular “A Bruxa de Blair”, o qual é um terror quase tão fraco quanto. Pior é ainda ter tentado pegar carona no sucesso “A Freira”, visto que o título original nada tem a ver com a tradução.
Na década de 60 dois padres especialistas em desvendar milagres falsos são enviados a um asilo católico para investigar um caso de uma estátua que chora sangue, mas se deparam com algo muito pior.
A produção coloca ao expectador duas grandes enganações: abordagem ou estilo e roteiro. Tudo bem que a arte é livre e o estilo pode tranquilamente ser mesclado, mas deve ser no mínimo consistente. Algumas horas claramente verifica-se edições impossíveis com câmeras daquela época e até mesmo cenas com cortes entre duas câmeras (o padre só tem uma), o que seria impossível.
Fora o fato de que sem efeitos especiais, os sustos são pouco criativos e a dinâmica é morosa, além de muitas vezes a câmera estar em péssimos ângulos o que prejudica até mesmo as próprias reviravoltas.
A outra grande enganação está na história, justamente porque não há história, mas um pouco de tudo junto e misturado. Temas que não se conversam, mas que meteram no contexto à força só encher linguiça: tem exorcismo, espíritos, crianças fantasmas, conspiração, satanismo e no final ninguém exatamente o que houve.
A própria dupla de protagonistas é pouco empática e o destaque até fica com a personagem da madre superiora.
Como muitos, “A Maldição da Freira” foi um imenso erro e o fato dele ter sido exibido nos cinemas brasileiros chega a ser um pecado (desculpe o trocadilho).
Ficha Técnica
Elenco:
Lalor Roddy
Ciaran Flynn
Helena Bereen
Lauren Coe
Dearbhail Lynch
Carleen Melaugh
Direção:
Aislinn Clarke
Produção:
Martin Brennan
Katy Jackson
Michael B. Jackson
Fotografia:
Ryan Kernaghan
Trilha Sonora:
Andrew Simon McAllister
