Bigbug

O excêntrico cineasta francês Jean-Pierre Jeunet quis fazer uma espécie de paródia de ficção científica como uma crítica à sociedade atual onde as máquinas tomariam conta da humanidade. Ótima premissa, com uma execução ruim.

Em 2045 e numa atmosfera que propositalmente lembra a tecnologia de “Blade Runner” um grupo de conhecidos se reúne na casa de Alice (Elsa Zylberstein de “Há Tanto Tempo Que Te Amo”) entre afetos e desafetos e descobrem que a inteligência artificial que comanda a cidade os prendeu dentro da casa sem possibilidade de saída. Enquanto tentam escapar, ainda precisam resolver suas diferenças pessoais. Além disso, os robôs-criados da casa se unem para tentar ter uma empatia maior pelos humanos e assim serem mais reconhecidos.

Há aí uma miríade de pequenas tramas que nem sempre se conversam e que diluem qualquer que seja a idéia de uma linha dramática principal. Não só cada personagem tem um problema e dinâmica diferente com outro, como os próprios robôs também, além da inteligência artificial personificada pelo sinistro e engraçado ator François Levantal (“Dante 01”) com a sua própria subtrama.

O diretor não se decide qual tipo de comédia está desenvolvendo, bem como o quanto de drama ou de suspense vai salpicar, deixando o espectador requentando e esperando por algum momento de maior impacto que parece nunca chegar. Inclusive muitos ótimos momentos têm sua energia drenada por essa dúvida.

A morosidade é tanta que ele abusa de cenas em fade-out (quando fica tudo escuro gradativamente para a sequencia voltar já em outro momento), tornando a narrativa cansativa. Até mesmo o desfecho que tem uma parte engraçadíssima – provocada por Levantal como o andróide da I.A. – é sabotada por um pós clímax que nada acrescenta.

Efeitos especiais são regulares, mas tomam conta da produção com algumas boas sacadas, inclusive com muitas referências ao próprio “Blade Runner”.

Bigbug” faz muita firula desnecessariamente porque teria bastante conteúdo para navegar tranquilo, mas seu diretor o estraga com seus artifícios narrativos contraproducentes.

Ficha Técnica

Elenco:
Isabelle Nanty
Elsa Zylberstein
Claude Perron
Stéphane De Groodt
Youssef Hajdi
Claire Chust
François Levantal
Alban Lenoir
Marysole Fertard
Hélie Thonnat
Juliette Wiatr
André Dussollier
Benoît Allemane
James Champel
Corinne Martin

Direção:
Jean-Pierre Jeunet

Produção:
Richard Grandpierre
Jean-Pierre Jeunet

Fotografia:
Thomas Hardmeier

Trilha Sonora:
Raphaël Beau

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